
O honeycombing warehouse em armazéns: o que é e como reduzi-lo
O honeycombing warehouse no contexto dos armazéns, consiste na perda de capacidade real de armazenagem decorrente de um excesso de localizações vazias que, na prática, não podem ser utilizadas por estarem reservadas para certas referências. Essa circunstância é comum quando há um critério de localizações muito rígido, tal como pode ocorrer em alguns sistemas de armazenagem compactos. Se forem extraídas unidades de carga e não houver suficiente stock da mesma referência para preencher as localizações vazias, não é possível hospedar uma referência diferente para ocupar os espaços livres.
Existem soluções logísticas que atenuam as consequências do efeito honeycombing nos armazéns afetados. Neste artigo analisamos quais são e como implementá-las numa instalação.
O que é o honeycombing warehouse
O honeycombing warehouse, também conhecido como efeito honeycombing (efeito colmeia), refere-se ao espaço vazio, mas que não pode ser utilizado, existente nos armazéns e que tem relação direta com a perda de capacidade real de armazenagem. Pode surgir em instalações com estratégias de localização fixa (em contraposição ao armazenamento caótico) ou naquelas onde são utilizados sistemas de armazenamento compactos, como as estantes compactas drive-in, quando são utilizadas em instalações que não se adaptam aos seus requisitos. Se a localização vazia, mas não disponível, estiver em altura, constituirá o honeycombing warehouse vertical e, se estiver em profundidade, honeycombing warehouse horizontal.
Vejamos um exemplo com as estantes drive-in, onde se repete uma mesma referência em toda a altura e profundidade do corredor de armazenagem. O efeito honeycombing ocorre quando são libertadas localizações desse corredor (mas não todas) e a nova carga a armazenar não corresponde a essa referência. O resultado é uma perda temporária de espaço de armazenagem. Diante dessa situação, há armazéns que optam por misturar referências num mesmo corredor, embora isso complique as operações, uma vez que para aceder a algumas paletes é necessário retirar outras com antecedência.
Em armazéns com uma estratégia rígida de localizações, muitas vezes é inevitável perder uma certa capacidade de armazenagem, assim como o número de unidades armazenadas será inferior à capacidade global da instalação. No entanto, embora se perca capacidade, o espaço aproveitável ainda pode ser superior ao obtido com sistemas de armazenagem com acesso direto e sem honeycombing warehouse. Ou seja, sob certas condições, uma configuração com efeito honeycombing pode ser preferível a outra sem esse efeito.

Causas do honeycombing warehouse
O honeycombing warehouse nos armazéns pode ter inúmeras causas, entre as quais:
- Estratégia de localização de produto: se houver um critério ou regra de localização fixa (as referências sempre estarão localizadas num mesmo lugar), podendo haver o efeito colmeia, pois dificilmente a mercadoria a repor irá coincidir exatamente com as localizações disponíveis para cada referência.
- Gestão inadequada do armazém: a falta de organização no gestão de stock é uma das principais razões do honeycombing warehouse. Isso pode gerar perdas de stock que impedem o controlo das localizações de armazenagem, criando espaços vazios que não são aproveitados por desconhecimento. Esse efeito também pode surgir quando a mercadoria for mal colocada.
- Erro na paletização: um erro no processo de paletização pode envolver erros ao armazenar a mercadoria. De fato, quando a carga ultrapassa os limites do palete ou está empilhada irregularmente é possível que se crie um espaço vazio de armazenagem que não pode ser utilizado.
- Profundidade do canal: os sistemas de armazenagem com maior profundidade oferecem um maior risco de surgimento do honeycombing warehouse horizontal, sobretudo quando se aplica o método de extração de produto LIFO, o primeiro produto a ser armazenado é o primeiro a sair.

Como medir o honeycombing warehouse
A perda de capacidade real ocorrida em armazéns devido ao honeycombing warehouse pode ser calculada com a seguinte fórmula:
Capacidade real (%) = (espaço cúbico utilizado / capacidade total de armazenagem) x 100 = (n.º localizações ocupadas) / (n.º localizações totais) x 100
Essa fórmula indica a percentagem de espaço de armazenagem ocupado num momento específico em comparação com a capacidade máxima do armazém. Para ter uma ideia mais precisa sobre a eficiência do armazém, essa percentagem deve ser calculada de forma periódica e depois determinar a média num período mais prolongado. Em armazéns de alta densidade, tende a ser considerado um alto nível de ocupação das localizações de armazenagem quando o resultado se aproxima de 85%.
Por exemplo, se o armazém tiver 1.679 m³ ocupados e sua capacidade máxima for de 2.000 m³, a ocupação do armazém será de 84%, ou seja, a diferença resultante representaria uma perda de espaço de armazenagem por honeycombing warehouse de 16%.
Como atenuar o efeito colmeia
O honeycombing warehouse pode envolver um excesso de custo para o armazém. Embora nem sempre possa ser eliminado, existem soluções logísticas que reduzem seu impacto de modo significativo.
Uma forma de reduzir as localizações vazias é a implementação de um software de gestão de armazém (SGA). Esse programa de gestão permite estabelecer uma estratégia de localização de produto caótica, ou seja, não se determina uma localização fixa para cada referência e essas podem, em princípio, ser armazenadas em qualquer localização disponível. Desta forma, é possível aproveitar todos os espaços das estantes convencionais para paletes ou picking. O software garante o controlo total do stock, enquanto automatiza o depósito considerando variáveis como a rotatividade do produto.
Quando for necessário compactar mercadoria muito heterogénea, as estantes móveis para paletes são uma boa opção para evitar o honeycombing warehouse. Todos os stocks são perfeitamente acessíveis graças à possibilidade de abrir e fechar os corredores de trabalho. A configuração desse sistema de armazenagem permite não desaproveitar nenhum espaço quando é aplicado o critério de localização caótica.
Por outro lado, ao armazenar mercadoria homogénea, as estantes drive-in representam a solução mais tradicional de compactação. No entanto, esse sistema obriga a repetir uma mesma referência em todo o corredor (tanto em profundidade quanto em níveis), aumentando o risco de honeycombing warehouse. Uma forma de minimizá-lo é com um sistema de armazenagem Pallet Shuttle: um carro com motor elétrico que é localizado em estantes compactas para organizar as paletes no interior dos canais. Os empilhadores não entram nas estantes e as referências podem ser diferentes em cada nível de armazenagem, o que aumenta a capacidade real do sistema. Outra solução compacta que também permite armazenar uma referência por nível são as estantes push-back e as dinâmicas para paletes, graças ao uso de rolos e à força da gravidade.
As soluções anteriores reduzem o honeycombing warehouse vertical. No entanto, ainda é possível gerar um honeycombing warehouse horizontal (canais meio vazios). Para tal, a próxima medida a adotar seria ajustar bem a profundidade dos canais para reduzir o risco de perda de capacidade real.

Exemplo de honeycombing warehouse: o caso da SLVA
O produtor de leite francês SLVA instalou um armazém de 4.000 m² , com apenas 2.829 m² dedicados ao armazenamento, para depositar mais de 7.000 paletes. Com o objetivo de otimizar a extração e depósito da sua mercadoria, a Mecalux equipou a instalação com a solução Pallet Shuttle, que permite armazenar diferentes referências por módulo (uma por canal).
A empresa possui três blocos de estantes compactas de diferentes profundidades em função da rotatividade do produto. Para minimizar o honeycombing warehouse, esses sistemas de armazenagem são equipados com um carro motorizado que organiza o canal e evita o surgimento de localizações não funcionais. A divisão por blocos ajuda a atenuar o honeycombing warehouse ao armazenar produtos de diferentes rotatividades em estantes com várias profundidades.
Por exemplo, num dos blocos de estantes, com capacidade para 3.792 paletes, o carro motorizado pode gerir até 24 unidades de carga em profundidade, o que ajuda a minimizar o honeycombing warehouse. A classificação por rotatividade situa os produtos de menor consumo noutro bloco de estantes com apenas três paletes em profundidade por nível.
Efeito honeycombing: escolher a solução de armazenagem adequada para cada armazém
Num armazém manual, sobretudo se possui estantes compactas, o movimento da mercadoria cria espaços vazios, temporariamente não funcionais, que impedem aproveitar a capacidade real do armazém.
Para reduzir o impacto do honeycombing warehouse no armazém, é necessário consultar um fornecedor de soluções de intralogística confiável que projete uma solução baseando-se nas características da empresa. A Mecalux oferece 50 anos de experiência em soluções logísticas que maximizam o desempenho do armazém. Entre em contato connosco, teremos prazer em auxilia-lo sobre como agilizar as operações e otimizar o espaço real de armazenagem.