O transporte de cargas entre armazéns ou unidades produtivas faz parte da logística interna da empresa

O que é a logística interna? Tendências na otimização de processos intralogísticos

05 ago 2021

A logística interna é, por definição, a parte da logística que se refere à organização do conjunto de fluxos de materiais e informações que ocorrem dentro das próprias fronteiras da empresa. Por exemplo: os movimentos de mercadoria no armazém, o controle de stock, etc.

Partindo desse princípio podemos destacar as seguintes áreas da intralogística:

  • O transporte interno de materiais: compreende o que ocorre tanto no interior das instalações de armazenagem quanto entre as diferentes fábricas da empresa e os seus respetivos armazéns se estivermos a falar de atividade manufaturada.
  • A gestão do stock e dos fluxos de informação: a empresa deve refletir os movimentos físicos de mercadorias num sistema de informações que controle as flutuações do stock e permita localizar e gerir o seu reabastecimento. Essa tarefa costuma ser realizada a partir de diferentes softwares extremamente especializados, que se encarregam das tarefas de gestão do stock para fazer um monitoramento exaustivo dos fluxos da mercadoria, da sua aquisição e da faturação aos clientes.
  • Gestão de armazéns: engloba todas as operações que ocorrem no interior das instalações de armazenagem: preparação de pedidos, gestão de localizações para os produtos, recebimento e expedição de mercadorias, entre outros processos.

No lado oposto encontramos a logística externa, que abrange o transporte dos produtos para o seu destino final.

Quais são as principais tendências que permitem otimizar as operações de logística interna? Vamos explorá-las detalhadamente através de empresas que já implementaram iniciativas desse tipo para melhorar a sua logística interna.

Tendências com o objetivo de otimizar a logística interna ou intralogística 4.0

A multiplicação de fluxos e o aumento da interligação deram lugar ao conceito de logística 4.0, que nasce paralelamente ao surgimento da denominada indústria 4.0. O auge da digitalização e a sua relação com uma maquinaria cada vez mais inteligente tiveram um impacto notável na organização da logística interna das empresas, procurando mais que nunca limitar os custos logísticos ao máximo.

Destacamos as principais tendências que estão a modular os processos intralogísticos:

1. Planejamento estratégico da logística interna num ambiente 4.0

O planeamento da logística interna é convertido numa disciplina de precisão onde é necessário alinhar as operações de produção e de armazenagem. Isso passa por integrar o trabalho dos diferentes departamentos que influenciam na gestão da logística interna: compras, marketing, armazenagem, produção…

Diante desse manuseio de dados, o fluxo de informações divide-se em softwares diferenciados, mas que funcionam juntos e adicionam elementos de especialização. Por exemplo, o módulo para ambiente produtivo do WMS proporciona interessantes funcionalidades para manusear matérias-primas e semielaborados, além dos produtos acabados que já são controlados baseando-se no WMS (e junto ao ERP). Esse tipo de especialização proporciona uma maior integração de todos os processos intralogísticos da empresa.

Por outro lado, mantém-se a necessidade de se adaptar o layout e os sistemas de armazenagem para maximizar o espaço de armazenagem que oferecem. A diminuição da margem de lucro e o aumento da concorrência fazem com que metodologias como a logística lean ganhe popularidade para a organização da logística interna.

Os transelevadores de paletes aceleram o transporte de mercadorias nos processos intralogísticos
Os transelevadores de paletes aceleram o transporte de mercadorias nos processos intralogísticos

2. Automatização do manuseio e transporte interno de mercadorias

Os deslocamentos e movimentos de cargas representam uma porcentagem suculenta dos custos intralogísticos. O modo de executar o fluxo de materiais sofreu importantes avanços e transformações nos últimos anos com a implantação massiva de sistemas automáticos como transelevadores e transportadores.

A automatização de armazéns oferece excelentes resultados nas instalações que registam um alto volume de operações cujo trajeto repete-se, uma vez que isso garante que o investimento nesses sistemas vai ser duradouro. Por isso, os armazéns de paletes e de cargas pesadas lideraram a mudança para a automatização.

No caso das empresas produtoras os armazéns adjacentes às fábricas costumam cumprir essas premissas, pois o fluxo de cargas é marcado pela fabricação em grandes volumes que, por sua vez, é controlada pela empresa. Essas instalações devem ser capazes de absorver toda essa produção ajustando a sua forma de operar para que as mercadorias não deixem de fluir. Os sistemas automáticos revelaram-se como uma forma eficaz de gerir esses processos intralogísticos.

No entanto, o crescimento dos negócios online fez com que, em muitos casos, essas empresas tenham que se adaptar à logística para e-commerce. Para isso também recorrem à implantação de sistemas automáticos com a finalidade de acelerar o tratamento de pacotes e caixas de menor tamanho e peso.

3. Uso de robótica colaborativa nas operações de picking e packing

Embora pareça o contrário, nos armazéns robotizados as máquinas e os operadores trabalham em conjunto dividindo as tarefas: as mais repetitivas e pesadas recaem nas primeiras e as mais especializadas são confiadas aos segundos. Os operadores estão no epicentro da logística interna: são eles que permitem que o armazém continue a funcionar em plena capacidade.

Por isso, os avanços em intralogística também consideram a importância da segurança e a ergonomia do trabalho realizada. Por exemplo, os robôs ou robôs colaborativos, como os braços manipuladores mecanizados ou máquinas de embalagem, assumem parte do esforço físico das tarefas de picking e packing para limitar a fadiga do operador ao máximo. Da mesma forma, a carga de trabalho do pessoal é controlada e distribuída equitativamente pelo Labor Management Systems/Gestão da força de trabalho junto aos WMS, evitando sobrecargas e problemas de produtividade ligados a uma organização do trabalho deficiente.

A tendência de uso de ‘robôs’ melhora a segurança dos operadores como parte da gestão da logística interna
A tendência de uso de ‘robôs’ melhora a segurança dos operadores como parte da gestão da logística interna

4. Controle do armazém graças aos WMS e à tecnologia IoT

A conectividade entre sistemas acelerou os fluxos intralogísticos graças à implantação do software de gestão de armazém. Este permite controlar e registrar cada movimento das mercadorias ocorridos entre as instalações da empresa garantindo a sua rastreabilidade. Dessa forma, o WMS organiza as tarefas vinculadas ao recebimento de mercadorias, ao picking e preparação de pedidos e à expedição dos produtos.

A presença de dispositivos interligados no armazém (a tecnologia IoT ou Internet das coisas) é indispensável para fazer a transferência das informações do ambiente real para o ambiente digital. Por exemplo, esses sistemas podem ser tablets (Pallet Shuttle), auriculares (picking por voz), terminais de radiofrequência ou botões luminosos (picking por luz), entre outros.

Esses sistemas interligados são os encarregados de canalizar as ordens do WMS para os operadores e os sistemas automáticos (aqui ocorre uma comunicação direta entre o software de controle e o software de gestão e vice-versa. Geralmente foram projetados para acompanhar o operador na execução do picking, área que agrupa a maior parte do peso operacional de qualquer instalação.

O WMS integra uma enorme quantidade de informação crucial para a gestão da logística interna
O WMS integra uma enorme quantidade de informação crucial para a gestão da logística interna

Podemos ajudá-lo na otimização da sua logística interna

A cadeia de fornecimento está condicionada de forma constante por fatores internos, além daqueles que escapam ao controle da empresa. Apesar dos avanços que melhoram a capacidade de reação das organizações diante da variabilidade na supply chain (por exemplo, as aplicações do big data em logística), a logística interna continua a ser um dos campos com maior potencial de otimização. No final, a empresa conta com margem de ação muito maior sobre os próprios processos frente às condições externas do mercado e assim se verifica nas tendências que acabamos de abordar.

Na Mecalux, conhecemos de perto esse problema e, ao longo da nossa trajetória conseguimos acumular uma valiosa experiência na otimização de processos intralogísticos. Nossa abordagem parte da análise da sua situação e dos objetivos que pretende conseguir, pois, assim desenvolveremos uma solução com diferentes perspectivas.

Se estiver à procura de melhorar a logística interna da sua empresa com uma parceira de confiança conte conosco. Um dos nossos especialistas analisa a sua instalação e, se for necessário, irá visitá-la para elaborar o projeto que melhor se ajuste às suas necessidades. Enquanto isso, sugerimos que consulte alguns dos projetos desenvolvidos anteriormente pela Mecalux na nossa seção de casos práticos.